Inquisição, o uso da intolerância pela igreja Latina p/2 (Inquisição Espanhola)

 Por: Pablo Wesley da Silveira  

Uma bula de 1° de novembro de 1478, promulgada pelo Papa Sisto IV, em um decreto de 15 de julho de 1834 que diretamente dominada por um espírito iluminista que o afastou de inúmeros preceitos cristãos otimizadores da ação jurídica dessa instituição eclesial, marcaram, respectivamente o nascimento e a morte da inquisição espanhola. Foram três séculos e meio de terror, período em que a Espanha alcançou projeção universal graças a tal intento. institucionalmente, a inquisição espanhola surgiu com os Reis Católicos, Fernando II de Aragão e Isabel I de Castela, sendo oficialmente dada como encerrada no reinado de Dom Fernando VII.

Você sabia que: O condenado era muita vezes,  responsabilizado por uma ''crise de fé'' pela ocorrência de pestes, terremotos, doenças e miséria social, sendo entregue as autoridades do estado para que fosse punido. As penas variam desde os confisco de bens e perda da liberdade até a pena de morte muitas das vezes na fogueira,método que se tornou famoso embora existissem outras formas de aplicar a pena. 

O Rei espanhol Fernando VII até tentou reinstalar a inquisição, que havia sido abolida com as invasões Napoleônicas em 1808, porém,  ele foi obrigado a ceder devido a pressão pública. já em Portugal, apesar de o Marquês de Pombal ter acabado com a Inquisição em Goa, então uma colonia Portuguesa na Índia, em 1774 , a Rainha D. Maria I só extinguiu na metrópole em 1821. A Inquisição foi um instrumento do poder Real apesar de ser uma instituição autônoma à corte. Parte integrante do aparelho de estado, o tribunal do santo ofício foi instalado nas regiões mais ricas dos impérios Espanhol e Português.

O interesse da inquisição era muito superior à sua resistência.criada para resolver o problema de falsos convertidos, a inquisição foi progressivamente tornando-se emaranhado de cunho espiritual, político administrativo e social, e que serviu perfeitamente a monarquia Espanhola.

Muitos dos grandes problemas daquela nação no século XV ao sec. XVIII tem como referência a Inquisição, isso ainda se refletiria na história da Espanha moderna,na extrapolação dos valores, quando a tolerância, convivência e solidariedade dos indivíduos, gerando uma certa intransigência que causou um grande atraso cultural ao país, que tem em seus cidadãos católicos - o que é um contrassenso-  um bom grau de incompatibilidade com verdadeiro espírito evangelho.

A historiografia recente tem aberto um espaço de serenidade e rigor para calibrar a importância desta instituição, devido a suas controvérsias. afinal, a inquisição, como instituição, para assegurar a ortodoxia católica, não era algo exclusivo da Espanha ou novidade absoluta - apesar de ter sido instaurada no reinado dos Reis católicos, ela se iniciou em Navarra, em 1238, no reino de Castela, sob a supervisão do Padre Dominicano Pedro de Leodegamia, a partir do momento em que começaram as tensões causadas por "falsos convertidos", ou seja católicos que praticavam ritos Judaicos.

Até que havia o espirito de tolerância em castela, o que possibilitava uma coexistência entre mulçumanos, Católicos e Judeus. era um reino formado por muitas etnias diferentes através dos séculos anteriores. mas ao ocorrer um assassinato de uma criança, , tendo Judeus e conversos como principais suspeito, surgiu então uma corrente crescente antissemita, que fomentou uma intensa hostilidade popular, e assim se preparou o ambiente para a inquisição, que ali viu a necessidade de tomar medidas mais fortes.

Tomás de Torquemada e Adolf Hitler qualquer semelhança é mera coincidência. 

A presença de conversos em posições importantes no tribunal, e especialmente pela pregação de um polêmico ativista católico, Frei Alonso de Ojeda, a tensão foi levantada ao estremo e deu poderes inquisitórios ao pior de Santa Cruz de Segóvia,frei Tomás de Torquemada, que era confessor da Rainha Isabel I.

Influenciados os Reis Católicos enviaram a Santa Sé o bispo de Osma e o seu irmão Diego de Santillan. Assim, obtiveram a bula do Papa Sisto IV. As negociações fora tomadas em segredo, com exigências peculiares dos monarcas, para convencer as indagações de Franciscanos e Dominicanos quando a instauração da inquisição na Espanha.

Com a Bula sendo promulgada em 1 de Novembro de 1478, a realeza espanhola pode então empreender sua bem sucedida monarquia. eles estavam autorizados a nomear e a substituir, se necessário, três inquisidores peritos em teologia ou direito canônico. dessa forma, tal acordo seria o ponto de partida para criação de um jurisdição quem interferiu com os próprios Bispos Espanhóis, porque muito deles eram de sangue Judeu. por isso,hoje, a história vê que a inquisição espanhola atuou como força política, como um claro sinal de contradição e controvérsia.

A Inquisição começou a atuar na Andaluzia, com rigor e dureza, descobrindo cada vez mais e mais conspirações de heresias,  solicitando cada vez ,ais Bulas Eclesiásticas e criando mais tribunais, e causando fuga em massa de convertidos. Logo, em 1482, havia sete outros inquisidores, incluindo Tomás de Torquemada, que se tornou o mais Neo-Nazista,  Covarde, Anti-semita, Fanático, Cruel  Intolerante.

Nos registros históricos, não faltam adjetivos depreciativos para definir o frei dominicano Tomás de Torquemada (1420-1498), o mais duro inquisidor de todos os tempos. Organizador do Santo Ofício espanhol, ele era confessor e conselheiro dos reis Fernando e Isabel.

Em 1483, essa influência rendeu-lhe a nomeação de inquisidor-geral, responsável pelos 14 tribunais na Espanha e suas colônias. Logo de cara, autorizou a tortura para obter confissões, ampliou a lista de heresias e pressionou os reis a substituir a tolerância religiosa pela perseguição aos judeus e aos conversos. Resultado: ao final de sua gestão, mais de 170 mil judeus foram expulsos da Espanha e 2 mil pessoas viraram cinza nas fogueiras.

As semelhanças entre Hitler e Torquemada a cerca do anti-semitismo são muito próximas, esses dois terroristas tem em comum seus ideais e princíoios:

"Os judeus sempre foram um povo com características raciais definidas e nunca uma religião." 

(Adolf Hitler)

Se observar que os seus vizinhos vestem roupas limpas e coloridas no sábado, eles são Judeus (Tomás de Torquemada).

Com um sorriso satânico em seu rosto, o jovem judaico de cabelos negros esconde-se na espera da garota inocente que ele suja com seu sangue, roubando-a assim de sua gente (Adolf Hitler).

Se eles limpam as suas casas às sextas-feiras e acendem velas mais cedo do que o normal naquela noite, eles são judeus. (Tomás de Torquemada)

Reinado de Aragão 

A organização política dos diferentes reinos e coroas da Península Ibérica, que então compunham a monarquia espanhola, foi um obstáculo para instauração da inquisição no Reino de Aragão, mas aconteceu. Inquisidores Dominicanos foram nomeados em 1474, aplicando o mesmo tipo de operação vigente em Castela. Depois de uma série de contendas, Torquemada foi nomeado Inquisidor Geral de Aragão, Valência e Catalunha , em 17 de outubro de 1483.

Havia uma sólida oposição a essa medida de unificação, conformes tensões dos tribunais de Tarazona e resistência na cidade de Teruel. no encanto, um evento isolado, o assassinato do Pedro Arbués, esfaqueado na noite de 15 de Setembro de 1485, em Zaragoza,enquanto rezava, diante do altar da Catedral. Fez o povo reagir e a proclamar a vítima como um santo. Com isso, os autores do crime foram torturados e decapitados. O Julgamento e a penalidade foram estendidos ao círculo de amigos do assassinos, tidos como judeus ou simpatizantes.

As Investigações Prosseguiram, gerando mais mortes, inclusive ocorrendo suicídios, havendo o extermínio de famílias inteiras. a ICR esmagava, então, qualquer possível resistência a inquisição em Aragão. Havia-se até uma tabela para se matar em nome da inquisição . matar convertidos era batatinho somente 600 florins por grupos.

A Organização da inquisição na Espanha 

A eficiência  da maléfica da instituição da inquisição, na Espanha, era de arrepiar. Tinha todo o aparelho administrativo das  das cidades à sua disposição,com um corpo burocrático que impedia qualquer tentativa de suspensão de executar um herege, e com o governo da monarquia Espanhola composto por conselhos, a jurisdição sobre todo território da monarquia, o Conselho Supremo de Inquisição Geral que vulgarmente conhecido apenas como Supremo. De Fato era o principal órgão da direção da instituição sob comando da figura do cruel inquisidor Tomás de Torquemada.

Os tribunais inferiores foram compostos por inquisidores , fiscais qualificadores, receptores, notários, médicos, capelães, carcereiros policiais e muitos outros elementos. Uma verdadeira legião a serviço da covardia, da intolerância e da violência.a partir de Instruções de Torquemada em 1484 o número dos camponeses do tribunais foi aumentando .

Em 1646 Aragão tinha 20 .pessoas por tribunal. Era ascensão da burocracia, que tinha famílias ou ''pessoa leigo'' a serviço da corte para prestação de serviços diversos. eram indivíduos armados. Formavam uma espécie de corte de traidores secretos.

Além dos serviço de vigilância, criou-se também um dos dos serviços mais requeridos, o de limpeza do sangue derramado nos calabouços e onde mais fosse necessário. No entanto, a inquisição, em seus últimos anos para suprir suas necessidades econômicas, tratou de produzir e vender artesanato, daí originou-se a Irmandade de são Pedro Mártir,organizada sob uma constituição  de 1617, que , em 1815, antes de a inquisição ser abolida, obteve de D. Fernando VII a elevação ao status  de uma ordem de cavalaria real, com honras reais.

Métodos e ação judicial  

Examinando a mecânica e a forma da ação judicial da inquisição, chegamos ao método habitual do seu tribunal. Havia um sermão inicial dos inquisidores, que davam um prazo de 30 a 40 dias para denunciarem heresias, mesmo se incorressem em si próprios, pois, quem se denunciasse ou se arrepende-se, seria salvo da pena de morte, prisão perpétua ou confisco para tanto, bastava dar algum dinheiro ao inquisidor. Assim, quanto maior foi a pressão inquisitorial, mais cresceu o número de alto denunciantes. Dessa forma, o tribunal obteve uma excelente fonte de renda, motivando a inexistência com as delações, e mantendo as confissões fechadas, em busca de informações.

O Sistema de editais da Igreja mudou no séc. XVI. em vez de "editais de graça", surgiram os "editais de fé" fundamentais na criação do ambiente inquisitorial. De acordo com o anúncio de fé, e excluindo qualquer período de carência, todos foram obrigados, sob pena de excomunhão, a denunciar os supostos hereges e heresias que merecessem atenção. isto criou uma atmosfera de traição, desconfiança, medo e maldade, verdadeiramente injustificável. A acusação de heresias, muitas vezes foi aplicada quando a pessoa reclamava de outro, ou demonstrava rancores pessoais. os editais de fé desencadearam uma tempestade de queixas contra inimigos, estranhos e até mesmo entre amigos e parentes,  levando todos aos tribunais.

Procedia-se, então, a prisão do acusado, seguida de desaparecimento ou eterna permanência na prisão. A denuncia era mantida de forma secreta e o acusador era desconhecido pelo acusado. A adoção  desse sistema evitava a retalhação contra os denunciantes. E este foi um dos mais profundos males da inquisição, pois havia muitas queixas falsas. Os perjúrios eram geralmente punidos, mas a denuncia sob o anonimato era uma fonte de abuso e um pesadelo. com isso, muitos inocentes pagaram com a vida pelo falso testemunho de tantos outros.

A prisão era seguida de apreensão de bens tal atitude era justificada como forma de se pagar as custas judiciais e despesas do réu na prisão. Também o julgamento era aberto ao público, pois havia uma multidão de interessados que se divertia com o sofrimento alheio nos terríveis interrogatórios. pior que ir para prisões inquisitoriais, os supostos hereges judaizantes tinham os calabouços reservados para eles. Era um martírio espiritual, de estrema rigidez, pois grande parte daqueles conduzidos aos calabouços eram clérigos ou pessoas especialmente religiosas, continua....

BIBLIOGRAFIA

• Henry Kamen, La Inquisición Española: una revisión histórica
• Editora Sampa A Inquisição