AS ERRÔNEAS E FORÇADAS INTERPRETAÇÕES DE PAGINAS APOLOGÉTICAS CATÓLICAS ROMANAS
Constantemente vemos em páginas apologéticas católicas alguns posts tentando refutar a doutrina protestante, mas o que ocorre realmente não é a refutação ao protestantismo mas sim um orifício (uma pequena abertura nas Escrituras que fere as regras da hermenêutica) dentro das próprias Sagradas Escrituras.
Segundo as leis básicas de interpretação bíblica, para termos uma interpretação sadia e genuína é necessário usar da relação texto e situação ocorrida dentro do texto, ou seja, é necessário interpretá-las dentro do contexto.
A palavra "contexto" significa literalmente "tecer junto" e lida com aquilo que vai antes e depois de uma palavra ou passagem específica das Escrituras. É o conjunto de circunstâncias em que se produz a mensagem que se deseja emitir lugar e tempo, cultura do emissor e do receptor. Se interpretarmos as Escrituras fora do contexto geral os erros são incalculáveis, GERANDO ELABORAÇÃO DE DOUTRINAS que as Escrituras não sustentam.
As escrituras contém no Antigo Testamento 929 capítulos, 23.214 versículos e 592.439 palavras e no Novo Testamento 260 capítulos , 7.959 versículos e 181.253 palavras! Dentre todas essas informações, pegar simplesmente um versículo para criar uma doutrina ou um dogma é uma bruta incoerência e desse modo, vemos páginas apologéticas como as página “100 % Católico”, “Cruzados Católicos”, “Ex - Protestantes Convertidos à Fé Católica em Jesus Cristo”, “Verátis Explendor”, “CaiaFarsa” entre outras que têm como apogeu A DETURPAÇÃO DA INTERPRETAÇÃO ORIGINAL DAS SAGRADAS ESCRITURAS.
Mas você deve se perguntar, qual é a interpretação original das Escrituras? Conforme lemos em 2Pedro 1:20-21:
"Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo". Observe-se primeiramente que profecia aqui e em outras partes das Escrituras não se restringe a eventos futuros que são preditos. A palavra grega “propheteia” significa literalmente “proclamar = pregar” e esse É O SENTIDO MAIS COMUM nas Escrituras quando esta palavra é usada.Isso "significa a proclamação da mente e conselho de Deus (pro = para frente, phemi = falar: PROFETA)".
Embora boa parte da profecia do Antigo Testamento seja puramente de previsão, veja Miquéias 5:2, por exemplo, e confira João 11:51; a profecia não é necessariamente, nem mesmo principalmente, prognosticadora.
É uma declaração daquilo que não se pode conhecer por meios naturais, Mateus 26:68, é a proclamação da vontade de Deus, quer com referência ao passado, ao presente ou ao futuro! (veja Gênesis 20:7/ Deuteronômio 18:18/ Apocalipse 10:11; 11:3".
[" W. E. Vine, Expository Dictionary of New Testament Words (Dicionário Expositor do Novo Testamento), Vol. III, P. 221.]
Alguns sustentam, de modo errôneo, que o versículo 20 PROÍBE qualquer indivíduo de decidir por si o que alguma Escritura significa. Essa é, principalmente, a posição do catolicismo que tem, até em tempos bem recentes, PROIBIDO SEU POVO DE ATÉ LER A BÍBLIA, muito menos determinar seu sentido, recebendo ordens de deixar a "Igreja" decidir o sentido, e deixar a "Igreja" dizer ao povo no que crer. Contudo, esse não é o sentido desse versículo, conforme a tradução literal revela. Literalmente essa posição diz:
"Nenhuma proclamação da Escritura é da sua própria e livre interpretação", e a razão é dada no versículo 21, "porque a proclamação nunca foi produzida por vontade de homem algum", etc. Deus deu as Escrituras a Seus porta-vozes escolhidos, e Ele deve dar a interpretação delas. Mas ao dizer que nenhuma Escritura é da sua própria e livre interpretação, sugere-se que não se deve tirar nenhuma Escritura de seu contexto e interpretá-la como se estivesse totalmente sozinha, sem nenhuma relevância para quaisquer outras Escrituras. O contexto muitas vezes "desatará" o nó de algo que de outro jeito seria impossível entender. O erro que muitas pessoas cometem é não interpretar uma Escritura de acordo com seu contexto.
Um exemplo claro DESSA FALÍVEL INTERPRETAÇÃO é a passagem de Mateus 16:18, quando vemos os católicos usarem desse jargão retirando um simples versículo para querer afirmar o dogma do primado de Pedro, omitindo a contextualização dos evangelhos paralelos de Lucas e Marcos. Sem mencionar os versículos que reforçam a veracidade que expressa que JESUS É PEDRA sob a Igreja edificada (Jesus é a Rocha inabalável, e Pedro é um fragmento de pedra), encontramos Gálatas 2:9:
“Reconhecendo a graça que me fora concedida, Tiago, Pedro e João, tidos como colunas, estenderam a mão direita a mim e a Barnabé em sinal de comunhão. Eles concordaram em que devíamos nos dirigir aos gentios, e eles, aos circuncisos”;
1 Coríntios 3:11:“Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.” ;
Efésios 2:20 a 22:“Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, DE QUE JESUS CRISTO É A PRINCIPAL PEDRA DA ESQUINA, no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor; no qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus em Espírito.”;
E por fim o próprio apóstolo Pedro destrói essa heresia na sua epístola 1 Pedro 2:4 a 8:''E, chegando-vos para ele, pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo. Por isso também na Escritura se contém: Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido. E assim para vós, os que credes, é preciosa, mas, para os rebeldes, a pedra que os edificadores reprovaram, essa foi a principal da esquina, e uma pedra de tropeço e rocha de escândalo, para aqueles que tropeçam na palavra, sendo desobedientes; para o que também foram destinados.''
Para comprovarmos a errônea interpretação do primado de Pedro usamos as passagens paralelas do evangelho de Lucas, Marcos e mais 4 passagens bíblicas que harmoniosamente comprovam que as Escrituras declaram que a Igreja está edificada SOBRE JESUS e NÃO sobre Pedro!
O próprio apóstolo Pedro adverte sobre a distorção das Escrituras falando disto, como em todas as suas epístolas, “entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição”. (2 Pedro 3:16)
As palavras que Pedro usou aqui são instrutivas. "Torcer" traduz “strebloo”, que é a forma verbal de um substantivo que se referia a um instrumento de tortura e assim, se refere à tortura com um sarilho, ou “torcer até desconjuntar”. É isso o que se tenta fazer com uma Escritura quando se não quer entendê-la em seu contexto e deixá-la dizer o que tinha o propósito de dizer. "Perdição" é o sentido literal da palavra aqui usada, mas também é traduzida "destruição", pois muitas vezes tem a conotação de DESTRUIÇÃO ESPIRITUAL. E essa é evidentemente a ideia aqui, conforme indica o seguinte versículo: "Vós, portanto [ele está tirando uma conclusão a partir do versículo precedente], amados, sabendo isto de antemão, guardai-vos de que, pelo engano dos homens abomináveis, sejais juntamente arrebatados, e descaiais da vossa firmeza".
Perverter uma Escritura a fim de se estabelecer uma interpretação pessoal é uma característica dos homens maus, e tem sua própria maldição, pois entorta o entendimento que o indivíduo tem da verdade e estabelece a falsidade em seus pensamentos. Mas os verdadeiros santos podem também se desviar nesse assunto, pois todos temos ainda uma mente carnal que deve ser mantida em submissão ao Espírito Santo.
Por fim, chegamos à conclusão que usar versículos isolados das Escrituras não formula nenhuma doutrina, a única coisa que a deturpação interpretativa leva é à própria perdição, e o que nos deixa espantados é a quantidade de pessoas que admiram páginas apologéticas católicas colaborando assim com a dependência do magistério para chegar a uma conclusão bíblica, recusando, por isso, a genuína interpretação que o autor do texto bíblico tinha em objetivo explicitar ao leitor!